O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum no Brasil que acomete homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer). A próstata é uma glândula responsável pela produção de parte do sêmen e localiza-se no abdômen logo abaixo da bexiga. É um tumor considerado da terceira idade já que 75% dos casos ocorrem após os 65 anos de idade. Porém, homens expostos a aminas aromáticas, arsênico, produtos derivados do petróleo, motor de escape de veículos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, fuligem e dioxinas, bem como fatores genéticos e excesso de gordura corporal podem predispor ao risco de câncer de próstata.
O câncer de próstata pode ter uma evolução bastante lenta, levando anos e não trazer qualquer prejuízo ao paciente, mas em alguns casos, a evolução pode ser rápida, tanto localizada quanto metastática. O tratamento depende do comportamento do tumor e é realizado de forma individualizada para cada caso. Basicamente, faz parte do protocolo clássico a radioterapia, a quimioterapia, a cirurgia e o tratamento hormonal dependendo do estágio do tumor e individualidade do paciente. Independente do plano terapêutico, este causa prejuízos significativos na saúde física e mental do paciente, diminuindo seu bem-estar geral, ao provocar efeitos adversos severos agudos e em longo prazo.
A terapia hormonal é utilizada para reduzir ou retardar o crescimento tumoral, leva a efeitos de redução de libido, impotência e fadiga. Além disso, aumenta o risco de depressão, aumento da gordura corporal e diminuição da densidade óssea. Já a radioterapia e a quimioterapia têm como principal efeito os distúrbios gastrintestinais. Ao passo que a prostatectomia (cirurgia de retirada da próstata) leva a danos nos nervos adjacentes que causam impotência e incontinência urinária. As dificuldades sexuais causam profundos efeitos no paciente e em seu parceiro devido à frustração, perda da auto-estima e constrangimento. Por isso, não é surpresa que todos os homens diagnosticados com câncer de próstata têm de certa forma sua qualidade de vida comprometida.
Intervenções de suporte, como atividade física estão seguindo uma tendência recente na pesquisa em saúde que está deixando de tratar apenas a doença para abordar a sua qualidade de vida global relacionada com a saúde. Os programas de atividade física devem abordar aumento da força muscular, diminuição da fadiga e aumento da capacidade aeróbica.
Dentro deste contexto, a prática do Yoga é uma potencial opção de atividade física que promove resistência e treinamento aeróbico. Trata-se de uma prática oriental que reconecta mente e corpo que tem sido usada há milhares de anos. Tradicionalmente, o Yoga é um ramo da filosofia indiana clássica que abrange matérias relativas à ética, posturas, controle da respiração, concentração, meditação e auto-realização. No ocidente, o Yoga é praticado de acordo com o tripé de posturas (asanas), respiração controlada (pranayamas) e meditação.
Estudos mostram (https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1534735412446862) uma série de benefícios do Yoga para os pacientes com câncer, tais como, melhora da saúde mental, espiritualidade, humor, estresse, ansiedade, depressão, fadiga qualidade de sono e dor, elevando a qualidade de vida desses pacientes.
A prática regular do Yoga para pacientes com câncer de próstata, promove força muscular e flexibilidade das articulações, trazendo independência nos movimentos das atividades diárias. Trata-se de uma prática cuja base é a realização das posturas em congruência com a respiração, levando a um estado meditativo. Dessa forma, o paciente experimenta uma sensação de atenção plena promovendo relaxamento, tranquilidade, aceitação, além de melhorar o humor e a forma de enxergar a vida. As barreiras trazidas pelo diagnóstico do câncer podem ser enfrentadas com mais amor-próprio, discernimento e auto-realização quando o paciente adere à prática com comprometimento.
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