Sou um entusiasta quando o assunto é conviver com mulheres. Por uma dessas razões misteriosas do destino, em várias etapas da minha vida estive envolvido por elas, tanto social quanto profissionalmente. O fácil acesso que sempre tive ao universo feminino, no entanto, nunca esgotou minha admiração e curiosidade pela riqueza de aspectos que definem essa “espécie adorável de poesia eterna” como diria Vinicius de Moraes. O privilégio de poder acompanhar ao longo de vários anos as transformações que ocorrem na vida de uma paciente é algo extremamente motivador, e o aprendizado mais valioso que experimento de tempos em tempos é, sem dúvida, o processo de gestação.
A proximidade que começa a evoluir a partir de “um simples toque”, durante o shiatsu, por exemplo, transforma-se naturalmente numa relação de confiança. Não raro, conversas profundas se desenrolam orientadas pela maternidade. Os assuntos revelam curiosidades sobre a visão oriental na saúde da mulher, quais são os casos onde o shiatsu e a acupuntura se aplicam, bem como a necessidade de autoconhecimento – que torna-se mais evidente nesse momento e contribui de forma crucial para a educação dos esperados rebentos.
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A medicina tradicional chinesa, origem dos fundamentos do shiatsu e acupuntura, tem na sua raiz um aspecto que considero bastante íntimo a todas as mulheres. Trata-se de uma atenção primordial aos ciclos naturais. Nesta visão de mundo, somos influenciados e influenciamos – numa corrente de mão dupla – através dos ritmos e dos movimentos pelos quais a energia da vida se manifesta. Para uma perspectiva prática, o principal aspecto de saúde que revela a presença dos ritmos corporais, segundo a medicina tradicional chinesa, é o ciclo de circulação de QI no organismo.
Ser mulher, principalmente durante a gestação, é uma experiência de crescimento. Crescimento para os lados – diriam as mais pragmáticas – e tudo o que isso acarreta para a rotina, como dor lombar, dificuldade de dormir, inchaço nas pernas e pés, mas, principalmente, na minha opinião, uma experiência de crescimento interior. O shiatsu e a acupuntura podem ser aliados nessa fase. Entenda:
As compressões e mobilizações realizadas pelo shiatsuterapeuta favorecem a drenagem de edemas que são comuns durante a gestação. A retenção de líquidos é mais visível nos pés e tornozelos e dificulta a utilização de alguns calçados, tornando a locomoção – já alterada pela sobrecarga e o reposicionamento articular – desconfortável.
As manobras estimulam regiões da pele por todo o corpo, desfazendo obstruções que atrapalham a circulação de QI e sangue e geram dor. Na região das pernas, o shiatsu além de aliviar a sensação de peso e dor provenientes do peso extra, também atua como prevenção contra o surgimento de varizes.
Durante a gestação, o shiatsu consegue tratar a rigidez muscular -aumentando o arco de movimento (comprometido pelo excesso de trabalho que as novas posturas provocam) e aliviar quadros de ansiedade simultaneamente.
Em casos de insônia ou oscilações de humor, já que o uso de medicamentos é contra-indicado durante a gravidez, a acupuntura pode ser uma importante ferramenta para a manutenção do bem-estar.
QI – SOPRO VITAL
Uma das traduções que mais se aproxima do conceito, define o QI como “sopro vital”. Na prática clínica, tanto o acupunturista como o shiatsuterapeuta tem como objeto de intervenção justamente a circulação de QI no organismo. O ciclo de circulação deste “sopro vital” obedece a uma espécie de “relógio biológico” que marca sua expressão máxima pelos diversos órgãos e do corpo em períodos sucessivos de três horas ao longo do dia e da noite.
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Por Gustavo Lunz
Fonte: Personare