Por Joyce Rouvier
O consumo regular de frutas e vegetais ricos em antioxidantes e compostos bioativos exercem benefícios à saúde na prevenção de várias doenças, como as doenças de pele, diversos tipos de câncer, desordens cardiovasculares e outras doenças degenerativas relacionadas à idade. As frutas vermelhas são frutas ricas nesses compostos nutritivos, vitaminas, minerais e fibras. O morango (Fragaria x anassa) está entre as frutas vermelhas mais conhecidas, sendo consumido na sua forma fresca ou na forma processada.
É rico em vitamina C e folato, e em compostos fenólicos como as antocianinas. As antocianinas conferem à ele propriedades fotoprotetoras, antioxidantes, antiinflamatórias, anticarcinogênica, anti-mutagênica e moduladora de vias enzimáticas. Estudos recentes mostram que o consumo de morangos por 2 meses reduz o dano oxidativo a nível celular, tecidual e subcelular, além de melhorar os biomarcadores antioxidantes do organismo e do perfil lipídico.
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Outros estudos apontam a função preventiva dos polifenóis no progresso de ulcerações gástricas, erosões e câncer. Evidências sugerem que a adição de um alimento rico em polifenóis, como o morango, na dieta melhore os fatores de risco para doenças cardiovasculares, inibindo a inflamação e a agregação plaquetária, melhorando a função endotelial, o perfil lipídico e diminuindo os radicais livres, impedindo assim a oxidação do LDL.
O morango é uma fruta vermelha de origem européia de baixo valor calórico e rico em vitaminas (C, A, E, B5 e B6), fibras, minerais (cálcio, potássio, ferro, selênio e magnésio) e flavonóides (antocianinas). O ideal é consumi-lo na sua forma natural e orgânica, ou seja, sem pesticidas. A diversidade dos componentes químicos do morango conferem o seu sabor e aroma. Para obter um bom sabor o seu conteúdo de açúcar e ácidos devem estar no padrão ótimo.
Estudos tem demonstrado que os flavonóides presentes no morango conferem a ele grande atividade antioxidante, antiinflamatória e imunomoduladora. Essas propriedades ajudam na prevenção de doenças cutâneas, cardiovasculares, alguns tipos de câncer, obesidade, desordens gástricas, entre outras. Alguns estudos demonstram o seu benefício contra os danos provocados pela H.pilory, responsável por alguns tipos de gastrite e úlcera gástrica, diminuindo a concentração de radicais livres e inibindo a ação de citocinas pró-inflamatórias.
Além do alto conteúdo de antocianinas apresenta ainda em sua composição outro poderoso antioxidante, a vitamina C. Os dois trabalhando em conjunto ajudam a melhorar o perfil lipídico, controlando os níveis de colesterol e triglicerídeos, reduzindo o dano ao DNA celular e prevenindo contra o surgimento de doenças. Além disso, aumentam a defesa antioxidante natural do organismo através da modulação positiva das enzimas antioxidantes.
Na pele
A exposição da pele à agressores ambientais como o cigarro, microorganismos, ou radiação UV podem induzir respostas biológicas, incluindo o desenvolvimento de hiperplasia, eritema, fotoenvelhecimento e câncer de pele. Particularmente, a radiação UVA é capaz de penetrar através da derme para tecidos subcutâneos e, a nível celular pode gerar um aumento dos radicais livres. Para diminuir o dano a pele é repleta de componentes antioxidantes como enzimas e vitaminas, mas devido à constante exposição muitas vezes essa proteção não é o suficiente.
O morango apresenta um alto poder antioxidante e antiinflamatório ajudando a diminuir o estresse oxidativo e os danos relacionados à ele. As antocianinas e as elagitaninas, compostos responsáveis por esse poder, promovem a fotoproteção. Estudos com as antocianinas demonstraram que ela inibe o fotoenvelhecimento provocado pela radiação UVB através do bloqueio da destruição do colágeno e das respostas inflamatórias via mecanismos transcripcionais da sinalização do NFK-beta e do MAPK (compostos pró-inflamatórios).
Estudos in vitro demonstram os seus benefícios na proteção dos queratinócitos. Além disso, elas podem incorporar na membrana e no citosol de células endoteliais aumentando a sua resistência contra os danos de inúmeros estressores químicos oxidativos.
No câncer
Tem sido demonstrado que fitoquímicos presentes em frutas e vegetais são mais efetivos do que em seus constituintes únicos na prevenção do câncer através de efeitos aditivos e sinérgicos. Estudos mostram que os componentes bioativos das frutas vermelhas provocam efeitos anti-cancerígenos através de mecanismos complementares e de sobreposição incluindo a indução de enzimas metabólicas, modulação e expressão gênica.
O morango apresenta altos níveis de compostos antioxidantes, entre eles o ácido elágico, o qual exerce atividade anti-mutagênica e anti-carcinogênica. Na maioria dos tipos de câncer, a mutação do gene supressor, P53, contribui de forma significativa com o desenvolvimento da doença. Estudos recentes, relatam que o morango induz a citotoxicidade da célula tumoral, através da ativação de vias de apoptose (morte celular), em células do câncer de mama.
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Referências:
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SOMASAGARA, R.R. et al. ExtractsofStrawberryFruitsInduceIntrinsicPathwayofApoptosis in BreastCancerCellsandInhibits Tumor Progression in Mice, PLOS ONE, v.7, n.10, 2012.
WANG, Y. DistributionofPhenolicComponentsandTheirAntioxidantCapacity in Strawberries, JournalofFoodResearch, v.3, n.2, 2014.