Por Joyce Rouvier
A niacina é uma vitamina hidrossolúvel também conhecida como vitamina B3, vitamina PP e ácido nicotínico. Ela é indispensável para o metabolismo energético, principalmente o de carboidratos, na produção de energia, na atividade enzimática e no controle do perfil lipídico. Ela corresponde à porção ativa das coenzimas NAD e NADP.
Ela está presente em quantidades significativas em carnes, vísceras, legumes, leite, ovos, grãos de cereais, leveduras, peixes e no milho. Também pode ser produzida através do triptofano. De acordo com as DRIs a dose recomendada para mulheres é de 14mg/dia e para os homens de 16mg/dia. O uso de altas doses pode provocar rubor (devido ao seu alto potencial de vasodilatação), náuseas, vômitos, flatulência e diarréia. Medicamentos contendo estrogênio, antibióticos, drogas anti epilépticas e isoniazida podem causar depleção de niacina.
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Ela age como um potente agente antioxidante e como estimulante para os receptores de GABA. Além disso promove ação antiinflamatória devido à quimiotaxia dos neutrófilos e a indução da redução da óxido nítrico sintase.
A sua deficiência é conhecida como pelagra provocando dermatite, diarréia e demência. Estudos sugerem a sua ação benéfica para a prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, artrite, esquizofrenia (neuroprotetora) e condições dermatológicas.
No exercício
A niacina é um dos agentes farmacológicos mais utilizados para baixar os triglicerídeos no jejum e, o seu iso resulta em reduções de 20-50% dos triglicerídeos. Da mesma forma o exercício físico, principalmente o aeróbico contribui para essa redução. A niacina provoca alterações na sinalização celular e na expressão genética de tecidos sensíveis à insulina como o fígado, o músculo esquelético e o coração.
Alguns pesquisadores acreditam que ela tenha ação similar ao exercício de endurance, pois aumenta a capacidade oxidativa do músculo esquelético através do aumento das fibras de tipo 1 e da capacidade de oxidação de ácidos graxos. Além disso, ela estimula a liberação de hormônios lipolíticos, ou seja, que auxiliam na quebra de gordura como a epinefrina e a corticoesterona.
Além disso, estudos demonstraram que a sua suplementação aumenta os níveis no plasma de GH (hormônio do crescimento) e de adiponectina, ou seja, marcadores de sensibilidade à insulina. Promove ainda a biogênese mitocondrial e a angiogênese.
Em patologias
A esquizofrenia é uma doença mental devastadora provando alucinações, ilusões e pensamento desorganizado. Ela não tem cura, mas com o medicamento apropriado pode ser controlada. Ela provoca um acúmulo de compostos químicos chamados de adrenocromos no cérebro, o qual contribui para os episódios de alucinações. Estudos demonstram que a administração de B3 com um antioxidante ajuda a reduzir a concentração de adrenocromos e melhorar o quadro alucinógeno.
O problema é que altas doses de B3 provoca o “flush cutâneo”, ou seja, um aumento no rubor, vermelhidão e coceira da pele devido ao aumento na produção de protaglandinas. Ela atua como um potente estimulante para receptores GABA, provocando um efeito similar aos benzodiasepínicos.
A niacina melhora o declínio cognitivo, pois preserva a integridade mitocondrial, melhora a função autofagia-lisossomal e ativa as vias de sinalização neuroprotetoras. É um potente antioxidante e previne a formação de radicais livres e do estresse oxidativo, diminuindo assim o componente inflamatório.
O LDL aumentado é o maior preditor de doença cardiovascular. A vitamina B3, niacina, tem demonstrado ser um agente regulador de gorduras, exercendo efeitos favoráveis no metabolismo do colesterol, incluindo a redução do colesterol total, dos triglicerídeos, da VLDL, da LDL e o aumento do HDL (através do retardo do catabolismo hepático da apo A-1).
Ela apresenta propriedades antiinflamatóriasprmovendo a redução da fosfolipase A2 associada a lipoproteína e PCR, suprime as citocinas pró-aterogênicas e aumenta a concentração sérica da adiponectina (protetora). Além disso, ela inibe a diacilglicerol aciltransferase-2 do hepatócito, uma enzima chave para a síntese de triglicerídeos.
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